Como assim? Foi a minha primeira reação, afinal como alguém sentado na frente da TV pode estar praticando qualquer esporte? Você pode argumentar que o xadrez está na lista do Comitê Olímpico Internacional e os jogadores também ficam sentados. O que impede que o gamer seja considerado um esportista? Na verdade nada. Jogar profissionalmente já é conhecido como eSport.
Os torneios de video games estão em evidência. As emissoras DirecTV e News Corporation mostram interesse em transmitir competições ao vivo porque perceberam que há mercado para isso. Os prêmios chegam a centenas de milhares de dólares e o número de patrocinadores cresceu consideravelmente nos últimos seis anos. A Coreia do Sul ficou famosa por ter promovido um competitive gaming (competições entre gamers profissionais) com Starcraft, transmitido em dois canais de televisão.
Dennis Fong e sua Ferrari |
Mas, para ser considerado pro não basta jogar muito bem. Existem regras rígidas a cumprir e milhares de adversários para superar. A Forbes fez uma lista de 10 passos para se tornar um gamer profissional e entre eles está um treino de oito horas diárias, isso de um jogo só.
Há torneios, profissionais e treino. Mas isso é suficiente para que uma atividade seja considerada um esporte? Pela definição não. Esporte precisa ter atividade física envolvida, a intelectual e motora não entram nesta categoria. A controvérsia está no que consiste uma atividade física, objeto de brigas entre xadrezistas e atletas. Aí vem a pergunta: por que é tão importante ser listado como esporte?
Em primeiro lugar o dinheiro. Esportes recebem verbas do governo na maioria dos países. Há também o interesse das federações esportivas e do Comitê Olímpico que ganham promovendo torneios nas baixas temporadas. Além das emissoras de TV que cobrem eventos e patrocinadores como Red Bull que já endossam algumas competições de e-Sport.
Outro fator importante é a respeitabilidade. Um salário milionário, por sí, não garante o mesmo status que a de um atleta. A maior parte das pessoas não considera jogar video game uma profissão, mesmo que o gamer possa viver disso, e viver muito bem. Outras a consideram uma tarefa fácil, o que não é verdade. Os principais torneios de eSport são de jogos como Call of Duty, Fifa 13, Halo e Starcraft.
Associações como a Major League Gaming tentam, há anos, obter concessões e incentivos do Governo Americano para oficializar o video game como esporte. Em julho deste ano, conseguiram a emissão de visto de atleta para os gamers profissionais participantes de torneios internacionais. O tipo de visto P-1 garante flexibilidade para formação e administração de times e é válido por cinco anos.
O caminho está aberto, parece que agora é só uma questão de tempo. Se jogar video game é ou não atividade física, não importa. O que vale é ser capaz de se destacar fazendo aquilo pelo que tem paixão, seja qual for a idade, ganhando dinheiro para isso.
Por Tsu Matsubara
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