WOLFENSTEIN - CONHEÇA OS JOGOS DA SÉRIE QUE MUDARAM OS CONCEITOS DE FPS

Os jogos que retratam a Segunda Guerra Mundial se apresentam da mesma forma, o jogador controla um soldado aliado em um conflito armado contra as forças nazistas, isto é, a guerra em si. Normalmente reproduzem as batalhas e operações que aconteceram na história. Em Battlefield 1942, por exemplo, contamos com missões famosas como: Market Garden, Battle Axe, Midway, etc. Em Call of Duty World at War, o jogador participa ativamente da tomada do Raich Tag, a queda do regime nazista.

O que diferencia Wolfenstein dos outros jogos de tiro em primeira pessoa, baseados na Segunda Guerra Mundial é a temática em que se insere. O jogador controla um agente secreto (William Joseph "B.J." Blazkowicz) cujas missões consistem, basicamente, em sabotar as operações nazistas. Portanto, ao invés de participar de um ataque militar fazendo parte de um exército, ele está sozinho dentro das linhas inimigas.

Castle Wolfenstein era um jogo de ação e aventura para computadores Apple II e PC MS-DOS desenvolvido pela Muse Software. O game chegou a ter uma continuação, Beyond Castle Wolfenstein, seguindo o mesmo estilo de jogo do primeiro.

Tela de Beyond Castle Wolfenstein

Contudo, a Muse Software faliu em 1987. Cinco anos depois, a Id Software decidiu reviver o nome Wolfenstein em um game de ação. Wolfenstein 3D definiu o gênero FPS (First Person Shooter) moderno, embora não tenha sido o primeiro jogo em primeira pessoa, mas sim o primeiro jogo de tiro em primeira pessoa.

Tela de entrada de Wolfenstein 3-D

Wolfenstein 3-D era dividido em seis capítulos com dez estágios cada um. No primeiro, o jogador escapa da prisão dentro do próprio castelo enquanto nos outros, sabota as atividades nazista. No capítulo "Die, Führer, Die!" o jogador tem como objetivo matar Hitler! Isso mesmo, o primeiro FPS da história já chegou com tudo, matando Hitler e praticamente meio mundo de soldados e pastores alemães. Lembro que quando terminei essa missão pela primeira vez em 1993, fiquei muito surpreso em ter que enfrentar Hitler. Creio que muitos outros jogadores também foram surpreendidos.

Die, Führer, die!

Wolfenstein 3-D projetou a Id Software no mercado de games como uma referência. Além disso, seu time de desenvolvedores ganhou fama e prestígio internacional, muitos já ouviram falar nos nomes: John Carmack, Tom Hall, Jhon Romero, Adrian Carmack e Bobby Prince. A mesma equipe viria, mais tarde, a produzir Doom e Quake, jogos que mais uma vez, iriam redefinir o estilo FPS.

Equipe da ID Software em sua época de ouro

A sequência Return to the Castle Wolfestein, seria lançada apenas em 2001, quase 10 anos depois do primeiro jogo. Ao invés de criar uma sequência direta ao primeiro game, a Id Software optou por fazer um reboot da série, isto é, recriar o jogo com os mesmos conceitos chave, porém com história e jogabilidade diferenciada. Embora metade da equipe inicial tivesse deixado a empresa, o jogo foi um sucesso, mais uma vez reestruturando parte do conceito FPS. Para a época, tinham gráficos excepcionais e apresentava uma jogabilidade rápida e consistente.

Prisão alemã tortura seus presos com eletricidade

Apesar de não matar o Hitler nesta versão, o jogador investiga as ações da SS paranormal, que consiste na divisão do exército alemão de fenômenos paranormais. Na verdade, a SS quer ressuscitar um antigo rei guerreiro alemão com o intuito de mudar os rumos da Segundo Guerra Mundial. Cabe ao herói, William Joseph "B.J." Blazkowicz, acabar com os planos nazistas. Desta vez, as missões variam bastante, no início foge do Castelo Wolfenstein e durante o jogo passa por uma cidade alemã, catacumbas infestadas de mortos vivos, uma base aérea cheia de mísseis V-2, uma fábrica supostamente abandonada e outras localidades. Em 2003, Return to the Castle Wolfenstein receberia sua versão multiplayer gratuita entitulada Enemy Territory. Um dos multiplayer mais jogados pelos anos seguintes.

Pegar o teleférico para fugir do Castelo, uma das melhores partes do jogo!

A continuação de Return to the Castle Wolfenstein só veio a ser lançada em 2009. Todas as características criadas pelo jogo anterior permaneceram intactas, a única grande adição foi uma jogabilidade mais fluída no estilo Call of Duty Modern Warfare. O problema desta sequência é que diferentemente dos outros jogos, não contribuiu com novidades para o gênero FPS. Por exemplo, a série sempre teve uma barra de vida que indicava a saúde do personagem, caso a barra acabasse, o personagem morria. Mas, nesta última versão, a barra de energia foi eliminada e a regeneração com sangue na tela, típica em jogos como Call of Duty, foi inserida.

Wolfenstein (2009)

A estória do jogo continua seguindo o mesmo padrão, William Joseph "B.J." Blazkowicz inicia uma investigação e uma série de iniciativas contra a SS paranormal, que agora está minerando cristais capazes de conceder poderes especiais para certos artefatos e indivíduos.

Em 2014, poderemos contemplar o lançamento do Wolfenstein The New Order. Desta vez o enredo é totalmente diferente, o jogo se passará em 1960 em um mundo onde os nazistas ganharam a guerra. O jogador, no comando do herói veterano de guerra William Joseph "B.J." Blazkowicz, deverá combater o regime nazista e toda sua superioridade tecnológica. Veja o teaser do jogo:

A franquia também teve um Spin Off, um RPG em primeira pessoa para celulares, que funciona em um esquema por turnos, ou seja, o jogador pode mover ou atacar seu inimigos e em seguida, o computador tem sua rodada. O game conta com nove estágios e todas as características de um RPG padrão como: itens equipáveis, diálogos com opções de resposta e ficha de personagem.

Screenshot do Wolfenstein RPG

Para finalizar, separei um vídeo que compila um pouco do gameplay de cada jogo da série. Ele segue a ordem cronológica de lançamento:

Por  Felipe Atkocius