20 de set. de 2013

AMNESIA A MACHINE FOR PIGS: COMPRAR OU NÃO COMPRAR




Este é o jogo de suspense e terror do momento, falem bem ou mal. E isso descreve bem o que anda na internet sobre Amnesia: A Machine for Pigs. Quem gosta ama, quem não gosta, odeia. Mas, como gosto não se discute, é mais produtivo descrever os aspectos do game e deixar você decidir.

Trata-se do segundo título da franquia da Frictional Games. O primeiro, Amnesia: The Dark Descent, foi considerado um dos jogos mais assustadores de 2010, tanto pelo lado físico quanto psicológico.



O que parece estar criando opiniões extremas são as mudanças na jogabilidade e nos elementos de suspense e terror. 

Mas, primeiro às semelhanças. Ambos se passam em Londres na Era Vitoriana (século XIX) e, obviamente, giram em torno da amnésia dos protagonistas. São jogos de suspense e terror, nos quais o principal objetivo é a sobrevivência e a característica mais marcante é a migração entre a realidade e a ilusão que colocam em dúvida a sanidade dos heróis. Para isso, o jogador desvenda mistérios e explora no escuro, sob um clima tenso e assustador. Os dois são single player na primeira pessoa para PC e desenvolvidos para Windows, OS X e Linux

Em The Dark Descent, a combinação: enredo, gameplay, efeitos sonoros e cenário, foi bem elogiada e recebeu notas 8 e 9 de sites como Eurogamer e IGN. 

The Dark Descent: Daniel encontra um Gatherer

O jogador controla Daniel que acorda em um castelo com amnésia. Descobre, por um bilhete deixado por ele mesmo, que apagou a própria mémoria e precisa matar um barão prussiano chamado Alexander. Com uma lamparina, vai caminhar pelos corredores do castelo e se deparar com uma série de personagens, incluindo um grupo de monstros denominados The Gatherers. Os momentos mais inquietantes são aqueles nos quais é preciso decidir quando acender a lamparina ou as velas que encontra nos cômodos. Não há economia de sustos e revelar mais estraga a surpresa para quem ainda não jogou. 

Três anos depois chega Amnesia: A Machine for Pigs. Como toda sequência, carrega o peso do sucesso original e a responsabilidade de atender às expectativas dos fãs. Na verdade, é mais um sucessor espiritual já que os personagens e suas estórias são bem diferentes. 

A Machine for Pigs: Man-pigs


No novo game, o protagonista é um empresário que volta de uma viagem de expedição no México onde contrai um vírus que causa amnésia. Quando acorda, percebe que seus filhos estão desparecidos. 

Filhos de Mandus: Edwin e Enoch


Oswald Mandus vai à busca de seus gêmeos na Machine que acredita ser uma fábrica de processamento de alimentos para os pobres e desabrigados. Descobre depois que não é. Mais uma vez, falar mais sobre o enredo consistiria em  spoiler (revelação)e, por si, desnecessário e despropositado. O mais importante é dizer que o enredo é tão bem elaborado quanto em The Dark Descent, com o adicional de deixar várias coisas para interpretação e, nada mais assustador do que a sua própria imaginação.


Machine


A jogabilidade é que mudou. Se antes era preciso procurar óleo e acendedores para a lamparina, neste a iluminação é apenas decisão do jogador. Isso acabou desagradando  alguns veteranos porque era grande parte do suspense e tensão do game. 

Outra grande modificação foi a barra de sanidade que deixou de existir. Não é mais preciso equilibrar a iluminação para continuar vivo. Agora o jogador ganha energia na barra depois de um tempo sem danos. 

Uma das advinhas de A Machine for Pigs
OBS.: O jogo vem em Português do Brasil também


Há mais quebra-cabeças para resolver e textos para ler, o que alguns jogadores não gostaram porque acharam desistimulantes e óbvios. Compreensível, já que o gameplay do primeiro era mais ativo e intenso. 

Por outro lado, os elogios à A Machine for Pigs foram justamente para as revelações que a jogabilidade permitiu. Sem estragar as surpresas, basta dizer que o horror deixou de ser físico e passou a ser quase totalmente psicológico. A liberdade de interpretação desperta o lado negro de quem joga, dependendo da sua experiência de vida.

The Dark Descent e A Machine for Pigs são lados da mesma moeda. Enquanto um aterroriza pressionando o jogador a tomar decisões rápidas e fugindo, o outro aterroriza mostrando lentamente que seu lado negro pode ser muito pior do que imagina.

Cenário de The Dark Descent


Cenário de A Machine for Pigs



Talvez The Chinese Room (desenvolvedora) tenha errado a mão. Mas, talvez tenha seguido a tendência dos jogos de transmitir múltiplas sensações como Child of Light, The Last of Us e Journey

Quem sabe permitir que o jogador interaja psicologicamente force o questionamento e a reflexão. E talvez, só talvez, isso tenha se tornado essencial em video games, assim como a tecnologia touch é para o celular. Uma vez que experimentamos, impossível ficar sem. 

Por Tsu  Matsubara


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