30 de set. de 2013

NINTENDO CANCELA PARTICIPAÇÃO NA BGS: VEJA PORQUÊ


Nintendo na BGS 2012


A Brasil Game Show (BGS) é a maior feira da indústria de jogos eletrônicos da América Latina. Todos os anos recebe centenas de milhares de visitantes no final de outubro em Campinas - SP, mas este ano (entre os dias 25 e 29 de outubro) não terá mais o stand da Nintendo, um dos maiores do ano passado. 


Bill van Zyll, gerente geral da Nintendo of America

A empresa vem enfrentando dificuldades nas vendas do Wii U desde o seu lançamento em novembro de 2012, nos Estados Unidos. Em comparação à versão anterior, o novo console vendeu metade das unidades. Ainda não tem data para chegar ao Brasil e foi esse, um dos motivos que levou ao cancelamento da sua presença na BGS. O gerente geral da Nintendo América Latina, Bill van Zyll disse:
"Nós nos concentramos na E3 (maior evento de games do mundo) deste ano. Por causa do nosso foco nessa feira e porque já mostramos o Wii U no Brasil durante a BGS do ano passado, não estaremos presentes no evento deste ano." (a minha pergunta é: então por que reservaram um espaço para este ano?)
Os fãs do Mario e Zelda ficarão decepcionados, incluindo quem vos fala, de encontrar a Saraiva no lugar da Nintendo. Mas, segundo van Zyll:
"Estamos fazendo com que as novidades cheguem ao mundo todo por meio da Nintendo Direct (conferências online) e canais de redes sociais." (mas, eu queria testar o Wii U na feira!)


Seja por falta de informação dos consumidores, pelo nome do console, preço ou pela expectativa dos gamers do Xbox One e PlayStation 4 (clique aqui para ver as diferenças), os resultados financeiros têm preocupado os executivos da empresa que, recentemente, lançou o 2DS em uma tentativa de reverter os números, colocando no mercado um portátil mais barato e voltado ao público infantil. 

Satoru Iwata, presidente da Nintendo

Quando questionado a respeito das fracas vendas do Wii U, Satoru Iwata, presidente da Nintendo, disse em entrevista à CVG que:
"No meu ponto de vista, a questão é a falta de softwares e a única solução é disponibilizar ao mercado de massa uma série de títulos de qualidade."
No mesmo sentido, Reggie Fils-Aime, presidente da Nintendo América Latina, coloca:
"O consumidor sabe que temos um novo sistema, mas estão se perguntando: O que vou jogar? O que vou jogar que seja novo, único e qual é experiência diferenciada em relação ao que posso fazer hoje? Seja em relação ao Wii U ou a qualquer outro console."

Reggie Fils-Aime, presidente da Nintendo of America


E é através de lançamentos de jogos como Pikmin 3, Wonderful 101, Zelda Wind Waker HD (que era exclusivo para GameCube) e Super Mario 3D World que a companhia pretende mostrar ao mercado a versatilidade e o diferencial do novo console. (leia mais sobre o Wii U aqui e aqui também)

Para impulsionar as vendas, a Nintendo fechou contrato com a Activision (da franquia Call of Duty). 



Shelly Pearce, diretora de Marketing e PR da Nintendo

A diretora de Marketing e Relações Públicas da Nintendo do Reino Unido, Shelly Pearce, acredita que o Wii U não vendeu como esperavam por dois fatores: os consumidores acham que se trata somente de novo console e um novo controle, e a ausência de softwares durante quase um ano.

George Harrison, VP de Marketing da Nintendo of America

O vice-presidente sênior de Marketing da Nintendo da América, George Harrison, admite que lançar um sistema novo voltado para um público totalmente diferente é sempre um risco. O objetivo do Wii U é atingir o consumidor com mais de 25 anos, o que fez com que a empresa investisse em ações de marketing inovadoras como disponibilizar o console nos cruzeiros da Royal Caribbean.
Mas, engana-se quem pensa que a Nintendo corre o risco de desaparecer no mercado de jogos eletrônicos (isso foi dito à Harrison em sua apresentação em um show de games). No Japão, o 3DS continua sendo o portátil mais vendido. Além do mais, o preço não é o problema. Como justifica Satoru Iwata, o número de pacotes de luxo do Wii U vendidos supera os do básico.
O importante é acreditar. Acreditar que uma empresa que existe há 124 anos não vai cair, que o nome Nintendo não vai ser apenas uma memória para as próximas gerações e que tudo isso é temporário. Pelo menos é o que faço, e nem Nintendista eu sou.
Por Tsu  Matsubara


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